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quinta-feira, 21 de março de 2019

Teatro de Bonecos - Mamulengos


Mestre Zé Lopes, mamulengueiro, conta que talvez ele tenha inventado um pouco do mamulengo, para depois contar sua versão do nascimento desse brinquedo esculpido da imburana ou do tambô.

“Diz uma vez, que uns escravos, lá na senzala, para escapar da rotina do dia a dia, pegaram uns pedaços de madeira, quem sabe mulungu, e fizeram um presépio, um mamulengo de luva. E lá na senzala, depois das oito, nove horas da noite, eles começavam a brincadeira. Batendo um caixote, uma lata, cantando, botava o mamulengo. Só que o preto na senzala era o rei, o patrão, a patroa, o feitor, os capatazes eram que apanhavam, os caras que eram brancos iam para a lenha.

Mas um dia, a filha do senhor da fazenda saiu por ali brincando e viu aquela coisa. A moça volta para trás e conta para o pai, que volta e olha a brincadeira, mas não manda parar nem bate nos escravos. Então ele vai e prepara uma festa, e diz que nessa festa vai haver uma grande surpresa. Mata um boi, porco, faz muita carne, carne de sol, uma festa total. Faz mungunzá pra dar pros negros, porque o negro comia mais milho, essas coisas. Os fazendeiros da região estavam todos na festa esperando a tal surpresa, de repente poderia ser alguma coisa da capital da província, alguma coisa boa.

Aí, quando deu oito, nove horas da noite o senhor falou – É, tá na hora. Escravo fulano, fulano e fulano! Os negros gritaram: Pronto! Festa de branco é negro ir pro tronco apanhar! Não me bata senhor, não fiz nada. Então o senhor disse: Não, hoje você vai ser o rei. O galã vai ser você. Vá buscar aquela brincadeira que você tem na senzala para apresentar aqui. Foi aí que nasceu o mamulengo e outras e outras histórias.”

Aqui temos então uma origem para o mamulengo, mas como os bonecos chegaram a igreja essa é outra história. Que veremos no próximo artigo.

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