Era a época do pop rock, e Eduardo cantava assim no banheiro: “troque seu cachorro por uma criança pobre, sem parente, sem carinho, sem rango, sem cobre...”.
Era o Brasil de 1982, João Baptista agonizava a ditadura na superinflação, ninguém pensava em “Brasil Sem Miséria”, ou sem fome. O social surfava nas ondas do pop rock, e era só. Os sociólogos não tinham voz e Betinho ainda era vivo.
Já em oitenta e três, o Ultraje a Rigor advertia que “a gente não sabemos escolher presidente”, o FMI tentava ordenar a casa em troca de seus empréstimos, tal qual faz agora com a Grécia. A palavra de ordem era: “fora FMI” e dominadores EE.UU, e o Ultraje atestava “a gente pede grana e não consegue pagar”.
As coisas mudaram. Não só pagamos, como emprestamos, doamos e até perdoamos dívidas. Os países pobres da África que o digam.
Em 1993 o sociólogo gritou “Quem tem fome tem pressa”. Pouco depois o outro sociólogo matou o dragão da inflação e começou assim a diminuir a miséria. O resto é continuidade.
As coisas melhoraram muito depois que o dragão morreu. Todos os índices, desde então, apontam melhorias. Tanto a renda dos que trabalham quanto as dos que não trabalham, (são tantas as bolsas auxílio...), subiram. Melhorou-se a empregabilidade, houve a queda do analfabetismo, o aumento da classe média, a diminuição da linha da miséria e um salário mínimo de U$ 100,00 deixou de ser promessa de discursos - já ultrapassamos isto há tempo. Com certeza é um Brasil melhor do que aquele do Rock da cachorra, afinal, parece que “a gente [não] somos [tão] inúteu”.
Contudo, a melhora para os cachorros foi bem superior àquela experimentada pela criança pobre. Em 2010 o Brasil contava com mais de 16,2 milhões de miseráveis, pessoas vivendo em lares cuja renda era de até R$ 70,00/mês (definição do governo, não minha). Estou falando da renda do lar, e não por pessoa. Em contrapartida o gasto médio com produtos pets chegam a fabulosos R$ 350,00/mês.
A professora Irma Penha Alvarenga Miranda tem dois cachorros e é cliente do (....) desde o surgimento do serviço. “Posso acompanhar o banho do animal sem sair de casa. Meus cães tomam banho toda sexta-feira e gasto em torno de R$ 400 por mês com eles.” (Fonte: Site uai.com.br em 05/09/2010)
Aqui no Doce Lar Afuá, estimamos que com R$60,00 mensais possamos alimentar e educar uma criança. Contudo, das 40 crianças do projeto, somente 13 delas estão apadrinhadas. Por isso o apelo: mesmo que você não troque seu cachorro, apadrinhe uma criança pobre!
Equipe da MEAP, visitou várias famílias, cadastrando para o projeto Doce Lar. Esperança de melhor cuidado, alimentação, saúde e ensino cristão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário