O nordeste goiano tem uma vegetação natural de cerrado. A área em si é rica no aspecto mineral, contudo para a plantação o solo é bastante pedregoso. Como diria o kalunga trabalhoso. Temos em geral a cultura do milho e da mandioca. Que praticamente a cada ano é cultivado em um lugar devido à pobreza do solo. Para limpar a terra em geral é usado a queimada.
Além dessa cultura de sobrevivência, tecnicamente se diz subsistência. Temos aqueles que mantêm a caçada como principal meio de buscar alimento. E há de ser a caça o principal meio de subsistência, pois o período da estiagem é grande, e daí a necessidade da caça. E se tratando de caça, come-se de tudo. Camaleão, tiú, que é uma espécie de lagarto, capivara, tatu, jacaré, servos, ema, o que vier é bem vindo. A farofa de camaleão é uma delicia.
Eles também criam umas cabecinhas de gado e raramente vemos suínos. As cabras são detestadas. Quando se trata de matar um gado, em geral é boi nelore, que temos aqui, se avisa a toda à vizinhança para que cada um possa fazer sua encomenda de um tasco de carne. Não é coisa comum se matar um boi por aqui. A única questão para nós forasteiros é não estarmos perto quando isso acontecer. Pois assim que matam o boi, como na foto acima, eles ferventam o fígado e ali mesmo o consomem. Como já havia encomendado minha lasca de carne, tirei a foto, e continuei minhas visitas. Abri mão do fígado.
Há aqueles exímios pescadores que moram próximo ao Paranã. Rio que corta todo o quilombo e nos leva até o estado de Tocantins. Sobre os peixes do Paranã, sei dizer que todos que passam pelo tempero de Idalina, no vão da contenda, são deliciosos.
Natan Dias
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