Eram 01h30min quando a maré permitiu que o barco zarpasse. Aqui nos movemos de acordo com a maré. Seria uma viagem de 05h00 de Macapá até Afuá, éramos uma equipe de 15 pessoas, entre músicos e evangelistas, capacidade máxima do Koynonia I. Eu disse que seria uma viagem de 05:00 hs, porque não foi.
Logo na segunda hora de viagem, de uma maré contrária, ficamos a deriva. O motor superaqueceu na região que chamamos de baia. Local onde o chacoalhar da maré faz o barco bater, jogado para cima e para baixo como brinquedo. Lógico que os marinheiros de primeira viagem como eu, se preocupam, principalmente quando o comandante pergunta se o navio está próximo. (Na baia de Macapá há sempre navios ancorados).
Não sei quanto tempo nosso comandante gastou para fazer o motor voltar a funcionar. Estava muito ocupado doando minha janta aos peixes do rio amazonas, até não ter mais forças. Sei que por volta das 04h00 o motor parou novamente. Desta vez estávamos em um canal. Local do rio mais tranquilo de se navegar e próximo a uma ilha.
Reunidos na parte de cima da embarcação, levantamos um clamor ao Senhor, confiantes que ele nos daria o socorro. Pouco depois do nosso clamor o motor voltou a funcionar. E, dormi por duas horas, ali mesmo no teto da embarcação, porque não tinha forças para entrar. Por volta das 08h00 avistamos Afuá.
Bicho da cidade que sou, conclui que: Ficar a deriva é pior que furar o pneu na rio-santos a noite. Não tem como chamar o seguro, não há esperança de um guincho de socorro da estrada. Não sabemos para onde seremos levados e, ainda mareamos. Por isso renovo meu pedido de oração para que Deus envie mantenedores, que nos supra, tanto o combustível, como o salário do piloto, e a manutenção das embarcações.
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